sábado, 30 de agosto de 2008

Carpe Diem


Essa disputa de importâncias
Vale nada!


Se eu fosse importante,
Importava?


Vou dar um pulinho em Pasárgada.
Aquilo lá que é terra boa,
Coisa rara!

Nesse mundo do faz tudo,
Faço nada!

Não dá tempo pra sentir,
Importava?

E minha Marília passa.

sábado, 23 de agosto de 2008

Enfim, Gisele


Gisele, hostil.
Uma vez sendo Gisele,
Percebo Gisele, gentil.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Terra do Nunca


Agora sim!

Triste homem que acompanha um sorriso sem fim.

Na Terra do Nunca, a alegria é ilusória.
O comportamento é calculado.
De forma errônea, matematicamente aplicado
Na inequação de um sentimento, que persiste resultar em um:
Agora sim!

Triste homem que acompanha um sorriso sem fim.

Ainda me lembro do dia em que fui tragado para a Terra do Nunca.
Avistei a segunda estrela... Por que levitei à direita?

A incondicionalidade cega da mãe natureza coincide,
Com pezar, na inequação que persiste em maltratar.
E o inteligente homem enxerga o mais tardar:
Agora sim!

Triste homem que acompanha um sorriso sem fim.

domingo, 17 de agosto de 2008

A Vida de Poeta


A vida de poeta é ritmada.
Para escrever saudade, reverencio Buarque
Lava os olhos meus!

A vida de poeta é velharia.
Para escrever romance, reverencio o Último
Pra te acompanhar!

A vida de poeta é engenharia.
Para escrever morte e vida, reverencio Neto
Triste alma severina!

A vida de poeta é açucarada.
Para escrever com doçura, reverencio Couto
Espalho os meus lápis de cor!

A vida de poeta é única.
Para escrever nostalgia, reverencio o Poeta
Encerrando a poesia!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Mundo à Carioca


O mundo está feio.
No caderno MUNDO,
Um desespero!

O Brasil está em um inquieto alvoroço.
Nas páginas de ECONOMIA,
Um destempero atrás do outro!

O Rio de Janeiro está agitado demais.
Nas linhas da CIDADE,
Um susto a mais!

O carioca está tranqüilo.
No PROSA E VERSO,
Um livro - Biografia do Rio.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O Futuro de Mariana


Mariana não agüentava seus pais.
Fizera amizades tão especiais,
Que não queria, de fato, deixá-las pra trás.

Mariana é refém da incerteza.
Um esforço tão árduo para uma ínfima chance.
Largar a certeza é arriscar em um futuro importante.

A amizade é o berço da lealdade.
- Nunca sentir-se-á sozinha!

E lá foi Mariana para Lisboa.
Quem dera ela soubesse... Continua minha amiga e médica.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Guerra contra Ares


Deusa da beleza,
O reflexo da natureza.
Uma escultura grega
Operante. Realeza.

Deusa do amor,
Arco-íris da minha vida,
Feita de pérolas raras.
Pétalas compreendidas.

Minha Afrodite,

Essa espada foi especialmente preparada.
Forjada por elementos fora da minha compreensão.
É com ela que iniciarei a batalha predestinada,
Porque Zeus já informou quem conquistará seu coração.

Tentarei atingir o inatingível.
Burlarei o futuro, a sabedoria do mais sábio.
Vencerei a guerra contra o deus da guerra.
De alguma forma, eu sinto. Sinto.

domingo, 10 de agosto de 2008

Chorinho


O choro é alegria.
O choro é tristeza.

O choro é angústia.
O choro é dureza.

O choro é música.
O choro é moleza.

O choro de amizade...
O choro de saudade...

A tranqüilidade.

O choro é covardia!
O choro é pureza.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Vocação pra Detetive - Solução para o Mistério


Descubra quem fora o assassino:
João, Leonardo ou Zé Firmino?

Zé Firmino era enfermeiro.
Leonardo, jornalista.
João, cozinheiro.

- Escritor, por favor, uma pista!
- Já dei duas pistas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Beijo de Língua


Ah, que lindo beijo!
De forma plena,
Nossos lábios se tocaram.

Maldita intrusa,
A Língua!
Se não fosse ela,
Gostosa e tagarela,
Asseguraría amor eterno.
Tudo, por aquele beijo.
Tudo, pelas bobagens da Língua.

Ah, que lindo beijo!
Não some com o tempo.
Até hoje, ele fala por dentro.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Logo Existo


"Santa Inquisição.
Por Deus, ordeno:
Prendam-no! Sem objeção.

Não há mais dúvidas,
O réu é culpado.
A pena prevista:
Mil anos calado."

Arrancaram minha língua.
Porém, conservaram minhas mãos.
Mal sabem eles...
Deixaram pena e tinta aqui na prisão.

Daqui, o Sol não é quadrado.
Nesses versos, ainda vivo
E juro ao verdadeiro centro:
Nunca calarão o meu pensamento.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Recíproca do Buquê - Primeira Namorada


Pergunte, oh minha amada:
Qual o sentido de lhe dar um buquê?
Parece muito com chocolate
A textura, o gosto é de entorpecer.
(Na alvura da sua pele, um cheiro de enlouquecer.)

Pergunte, oh minha amada:
Qual a sensação de lhe dar um buquê?
Parece muito com o pôr do sol
Abraçado e agarrado e colado em você.
(Não tem coisa melhor, bem juntinho de você.)

Pergunte, oh minha amada:
Qual o porquê de lhe dar um buquê?
Parece muito com o infinito
Inatingível, incontável, indefinido.
(Procuro e não acho. Procuro, não acho. Não existe um simples porquê.)

Responda, oh minha amada:
Qual o tempo de lhe dar o buquê?
Parece muito com algo clássico...
Talvez, um resumo de tudo que acho.
Em um momento imponderável.

(Estou apaixonado por você.)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Rebeldia por Isso


- Não faça isso!
- Faça isso!
Justamente por isso,
Eu faço o meu isso.

domingo, 3 de agosto de 2008

O Pior dos Feitiços


Uma bruxa malvada
Tirou de Antônio
O poder de sonhar.

Pobre Antônio...
Se não pode sonhar,
O que, dele, será?

Coitado do Antônio...
Não é mais humano,
Enquanto o feitiço durar.

sábado, 2 de agosto de 2008

Cartinha do Mas


Distância é uma simples palavra,
Que impede a fala,
Mas não a escrita.

Escrevo-lhe esta carta,
Não por ser a única alternativa;
Mas sim, por ser de matéria
E como possui amor, é sentida.